INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Noites Campesinas

Porca Véia

CD Viva o Gaitaço (2005)

Quando cai a noite e o dia termina
Volto pra rotina do rancho abençoado
Desencilho o baio, solto na mangueira
Vou tirar a poeira do corpo cansado.
Bombeio pro céu sempre que escurece
Pra ver se carece de poncho amanhã
O tempo anda feio de cara amarrada
É chuva anunciada no canto do rãs
O braço dos piás a canha e o mate
Baita arremate pra lida campeira
Me aninho no cepo por sobre um pelego
A prosa e o achego da china parceira.

É noite na querência
Poncho negro imensidão
A lua nas campesinas
É noite campesina descanso do peão.

Paçoca de charque, feijão de tropeiro
Mais um pão caseiro e café com angu;
Panela de ferro no fogão aquenta
Bóia que sustenta o vigor do chirú.
Vou pitar lá fora mirando a invernada
Última espiada, tudo no lugar
O gado na volta, a cuscada rosnando
Urutau cantando, é hora de deitar.
O sono tranqüilo depois do amor
No meu braço a flor prenda do meu bem-querer
Peço a deus do céu saúde e confiança
Com fé e esperança, espero amanhecer.

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RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.

MANGUEIRA

Grande curral.

PONCHO

Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.

MATE

Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.

CEPO

Pequena tora (preparada ou não), que serve de banco nos galpões-de-fogo.

ACHEGO

Amparo, encosto, auxílio, proteção

CHINA

Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).

QUERÊNCIA

Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.

PITAR

Fumar.

INVERNADA

Subdivisão de uma Fazenda; designa também, departamento de um CTG (Entidade Tradicionalista).

PRENDA

Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.