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Machaço Confronto

De Campo e Alma (1999)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

A chuva calma acolhera uma semana inté a charqueada ainda falta um eito de chão

sinto saudade dos carinhos da paysana china adorada pra quem dei meu coração

o gado arisco marcha firme ao despacito maneco rosa abre o peito e chama a tropa

negro buenacho conhece as manhas de um grito que sarandeia quando a goela se alvorota

negro buenacho conhece as manhas de um grito que sarandeia quando a goela se alvorota

e o meu gateado mui delgado pede boca e o meu sombreiro sobre o poncho se faz quincha

quando a garoa que era mansa fica louca e a cavalhada ponteando a tropa relincha

tem um parceiro que não sai do meu costado e quando atiço vai na ponta e vem de volta

um cusco baio por amigo batizado um companheiro que do estribo não se solta

dom amarante entonado sobre as garras desdobra o mundo nesse machaço confronto

escora o tombo das mágoas campeando farras e um cinco salsos leva o resto nos encontros

tropeando anseios se templo friente al destino pois é por quebra que um fronteiro se retrata

ouvindo o berro da tropa de pêlo fino enforquilhado pechando boi na culatra

ouvindo o berro da tropa de pêlo fino enforquilhado pechando boi na culatra


e eu por taura tenho inté a alma estropiada mas não há nada que faça eu trocar de rumo

a mala suerte me castigou nas volteadas mas algum dia deus me ajuda e eu me aprumo

levanto a china na anca do meu gateado de pau-a-pique e santa fé ergo um ranchinho

largo meu pingo lá pro fundão do banhado e passo o resto da vida a tropear carinhos


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