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Quermesse no Povoado

Regionalista (2014)

Dionísio Costa

(Mário Nenê/Dionísio Costa)

Eu fiquei sabendo que hoje na vila
Tem grande quermesse no salão da igreja
E já que me encontro folgado nos pila'
Vou dar uma bombeada e tomar uma cerveja
Eu sei que o gaiteiro é o famoso serrano
Um taura gaúcho que toca um bocado
Pedi pra mãe velha ajeitar os meus pano'
Que eu chego da lida e me vou ao povoado

A festa começa no clarear do dia
Vai ter cavalgada e missa campeira
No meio da tarde tem a romaria
Em louvor à santa, nossa padroeira
Até o vigário foi requisitado
Vem lá da cidade pra benzer o povo
Pra mim pouco adianta abonar os pecados
Que eu saio na porta e já peco de novo

A comunidade já tá empenhada
Matando galinha, codorna e leitão
O dono da estância doou da manada
Algumas cabeça' de gado e capão
Quem vive na roça vai de manhãzinha
Levando salame, verdura e queijo
As velhas já chegam direito à cozinha
E as moças atendem a barraca de beijo

Tem muita solteira e alguma viúva
Receita perfeita pra um namoro certo
E eu sou marimbondo nos cacho' de uva
Depois que eu encosto ninguém chega perto
Quem sabe na sala encontre meu par
Uma moça do tipo que a mamãe adora
Eu disse pra ela pra não se assustar
Se eu chegar de volta trazendo uma nora

Pra quem vai ao baile não precisa pressa
Que a santa da vila é igual armazém
Vai ter muita gente pagando promessa
E fazendo mais outras pra o ano que vem
Tem os batizados e até casamento
Discurso de posse de algum importante
Comício anunciando os melhoramentos
Que a gente espera há tempos distantes

O padre que fala, o vigário que prega
O prefeito reforça a palavra empenhada
O chefe da guarda vai ditando as regras
Que a gente se esquece pela madrugada
Vai entardecendo, termina a gincana
O sol vai se pondo no final do dia
Começa o fandango co’a gaita serrana
E o resto da noite é só alegria


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