INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Velório do Juca Torto

Cesar Oliveira e Rogério Melo

CD Coplas de Andarengo (1998)

Fui no velório do querido juca torto
Eu era intimo do morto
Pero mucho mas da viúva
Babava água pesos de terra e trovão
Entrei de chapéu na mão
E poncho encharcado da chuva
Tomei um trago de canha meio sem jeito
É que tenhu esse defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um vélório com cachaça,com rapadura,
Bolacha e umas véia pra dizer um xiste
Varei a sala arrastando as nazarenas
Corri o zóio na morena
Chorando embaixo de um véu
Tinha um gaitero vaqueano das horas brabas
Que floriava uma pienada pedindo as bençãos pra o céu

Refrão

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
(2x)

Eu tinha um lenço bordado com as inicial
E ofereci mui cordial tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigos são pra isso
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento
Vendo a quietude que negasiava ambiente
Fui pra o lado de um parente falando que era preciso
Me deem licença que eu conheci o finado
Sei que aquele era um coitado
Que eu cantasse de improviso

Juntei o sombreiro ao peito
E saquei um verso da guela
Sentido eu faço este verso
Em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo
Desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui
Pra te dizer por inteiro
Pode ir te embora parceiro
Que a viúva eu cuido pra ti

Refrão

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PONCHO

Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.

VAQUEANO

Prático e conhecedor do lugar.