INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Baldas de Potro Cuiudo

Joca Martins

CD Domingueiro (2007)

O bagual mouro resolveu me "exprimenta"
Em seguida de montar quando campeava um estribo
Mas que eu me lembre o homem comanda o cavalo
E o resto é pura bobagem criada pra ver de livro

Bagual tranqüilo nunca tinha corcoveado
De rédea andava costeado já no ponto de enfrenar
Deve ter sido por causa do vento norte
Se arrastou batendo forte com ganas de me sacar

E as nazarenas que eu não carrego de enfeite
Resolveram provar os dentes tenteando a força na perna
O que se passa na cabeça de um matungo
Que agarra nojo do mundo e do tento que lhe governa

Pegou na volta com cacoetes de aporreado
Já que me encontro estrivado e ainda por cima de lua
Me fui na boca caiu sentado na cola
Já que freqüenta minha escola da velha doma charrua

Levei os ferro e lhe enredei num quero-quero
Cavalo que eu considero respeita o índio campeiro
Deu mais uns talhos e viu que se topou mal
Seguiu mascando o bocal num trote bueno e ordeiro

Fiquei pensando co´as rédeas por entre os dedos
Nos mistérios e segredos deste ofício macanudo
Se um flete manso "devalde" "se queda" brabo
Deve ser obra do diabo ou baldas de potro cuiudo

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BAGUAL

excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro

RÉDEA

Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.

COSTEADO

Diz-se do animal habituado em determinado lugar ou trabalho.

DOMA

Adestramento.

TROTE

Andadura moderada dos eguariços.

BUENO

Bom.

FLETE

Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.

POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.