INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Proseando Com Meu Cavalo

Dionísio Costa

CD Poeta e Cantador (2008)

(Pedro Neves, Dionísio Costa)

Vem cá meu pingo, ‘bamo tê’ uma prósa boa
Tu anda à tôa, me tratando aos 'manotáço'
Não facilita, nem exija muito mimo
Porque eu te estimo e não quero te ‘passá’ o laço
Bicho rebelde, não me assusta nem um pouco
Matungo ‘loco’, tu pode ‘virá’ as ‘cangaia’
Qualquer pulinho, não vai me tirar do sério
Que eu sou gaudério e vou campear rabo de saia

Não esperava que fosse me dar trabalho
Pois tô grisalho e tu também não é mais potro
Andamos juntos dividindo o mesmo arreio
E é muito feio um amigo ‘derrubá’ o outro

Se tu bem sabe que eu sou teu melhor amigo
Conto contigo pra me levar pra os namoros
Que coisa feia tu bancar o caborteiro
Meu companheiro me fazendo desaforo
Por isso amigo escuta bem o que te falo
Tu é cavalo e me ajudar é tua sina
Se na verdade somos parceiros de estrada
Não custa nada, tu ‘engarupá’ alguma china

Tu me desculpe te 'passá' este baita pito
Mas acredito que meu cavalo me entende
Me obedecendo tu vai correr perigo
Que um bom amigo não se empresta e nem se vende
O nosso trato vale mais do que um contrato
Não te maltrato e tu não me deixa de à pé
De tardezinha te levo pra 'vê' uma eguada
De madrugada me leva pra 'vê' as 'muié'

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GAUDÉRIO

Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher

CAMPEAR

Procurar ou buscar no campo.

BAITA

grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)