Já vi que hoje não vou sacudir o mondongo
Minhas esporas não vão cortar o assoalho
Gastei o bico beliscando nas picanhas
Mas não achei um osso pra me quebrar o galho.
Vim sem camisa pra um baile de marimbondo
Taquara em punho pra cutucar a cachopa
Desincilhei meu instnto recoluta
Todas são lindas quando a cachaça me solta.
Na esperança de um caco se interessasse
Bailei solito procurando me mostrar
Montei plantão até na porta da patente
Me segurando até mesmo de urinar.
Não sobrou deste fandango mestiço
Fiquei perdido no meio da polvadeira
A minha sorte resolveu dar uma folga
E eu fiquei chupando bala a noite inteira.
Chupando bala, chupando bala
Borboleteando por toda parte da sala
Nesse surungo tô que nem cachorro ovelho
Campeando um ninho, mas não acho nenhum choco
Até os refugos já tão dançando de par
E eu rodeando igual mamangava no toco.
Pra o bolicheiro já contei toda minha vida
E já chupei um punhado de caramelo
De cartar palha e picar fumo pro palheiro
Já to com câimbra e dos dedos todo amarelo.
Tem uns feioso que tão de rosto colado
E eu aqui fazendo sombra no candeeiro
Uma feiosa bebeu uns golo comigo
Mas os ”zoinho” só brilhava pro gaiteiro.
Não sobrou deste fandango mestiço
Fiquei perdido no meio da polvadeira
A minha sorte resolveu dar uma folga
E eu fiquei chupando bala a noite inteira.
Chupando bala, chupando bala
Borboleteando por toda parte da sala
Só e isolado.
vaso sanitário
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Baile de baixa categoria.
Cigarro feito de fumo-em-rama, cortado, picado, moído e enrolado em palha-de-milho.