INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Descascando a Pau

Xiru Missioneiro

CD Pampa Brasino - CD Duplo (2002)

Tibúrcio da Fazenda / Xiru Missioneiro

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado (2x)

À campo fora o selencio toma conta
E um aporreado continuava se agarrando
A minha chilena vão proseando no caminho
Em parceria com o mango trabalhando

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(E anssim nesse mano-a-mano, nós bamo rangindo os caco,
Fazendo coruja e zorrilho entrar de bunda nos buraco)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

O sol aponta iluminando o paraíso
Olho pra trais e vejo o pó se alivantando
Sinto no estrivo que meus arreio froxô
E assô de cincha também já está se atrasando

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(Gosto do maula com trança na massaroca,
com carrapicho no cedeio, que corcoveia abrindo toca)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

Dô meia vorta e refaço a montaria
Torço o pescoço e torno a me enforquiá
Junto nos garfo e se casquemo de novo
Pra sentí o balanço e pra vê o mundo arrodiá (2x)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(Traga aos gorpe pro palanque e a jaguarada pegando
E quanto mas tu bobeia, mas tu vai te acostumando)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

Anssim que eu domo os aporreado do Rio Grande
Descasco à pau e o guaxo froxa o garrão
Pingo da minha rédea tem que sapatia a chula
Mete em riba de um rancho se tivé precisão (2x)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado (2x)

por nelson de campos

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FAZENDA

Estabelecimento rural com uma área entre 10 e 50 quadras de sesmaria de campo (ou 871 até 4.356 hectares), dividida em invernadas (cria, bois, vacas de invernar, etc.).

XIRU

índio ou caboclo. Na língua tupi quer dizer "meu companheiro"

MATUNGO

Cavalo de pouca qualidade.

APORREADO

Mal domado.

MANGO

Espécie de açoite.

CINCHA

Apero da encilha que serve para apertar os arreios.

MAULA

Vivente que não devemos recomendar.

PALANQUE

Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.

RÉDEA

Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.