INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Bochincho

Cenair Maicá

LP Caminhos (1980)

Num bochincho certa feita
Fui chegando de curioso
Que o vício e que nem sarnoso
Nunca para e nem se ajeita
Baile de gente direita
Vi de pronto que não era
Na noite de primavera
Gaguejava a voz de um tango
E eu sou louco por fandango
Que nem pinto por quirera"

Chinocas de todo o porte
E gaudérios do queixo roxo
Corria um bochincho frouxo
Naquela noite de julho
E a não ser pelo barulho
Da velha gaita manheira
Só se ouvia a tinideira
De esporas no pedregulho

Meu pingo mascava o freio
Num palanque da ramada
Pateando de cola atada
Pois sempre fui prevenido
Em pagos desconhecido
Não me descuido por nada
Voltava de uma tropeada
E ali me achava entretido

Marca vem e marca vai
E a cordeona resmungava
Mas tinha um índio que olhava
Demais, pra minha chinoca
Lagarto que sai da toca
Quer chumbo, diz o ditado
E eu me paro embodocado
Quando um olhar me provoca

Me rasgaram a bombacha
E me esfiaparam todo o pala
Mas fiquei dono da sala
E antes que clareasse o dia
Vi o ultimo que fugia
Num zaino mouro de em pelo
Mas deixaram pra sinuelo
A china que eu mais queria

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BOCHINCHO

Briga feia, festa informal

PINGO

Afetivo de cavalo de estimação.

PALANQUE

Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.

CHINA

Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).