Letra da música
Alma Sulista
Grupo Cordiona
CD Bailes no Interior (2012)
Esta música está disponível para ouvir
Das vez'me chamam de louco de caborteiro
Mas sou um peão campeiro, acostumado com a sorte
Cavalo brabo, bochincheiro ou ferro branco
Eu conheço o solavanco, vivo peleando com a morte
Melena branca, recuerdos de outras eras
Histórias de um índio quera que este meu cantar entona
Pelos bolichos em rodeio ou no galpão
Minha guitarra é um canhão, quando encontra uma cordeona
Gaudério livre riscando a vida de espora
Guitarreando mundo afora, razão da minha existência
Alma sulista, trago no peito a tenência
Nasci no velho rio grande, meu rincão, minha querência.
Trago a estampa da pura cepa baguala
E os buracos do meu pala são provas de muitas guerras
De goela aberta num sapucay missioneiro
Sou peleador sou guerreiro defendendo a minha terra
Não tem cabresto não tem cincha, nem maneia
Nem "gendarme", nem cadeia que segure a minha sina
Firme no basto, e quando Deus fizer o chamado
Vou morrer enrodilhado nos braços de alguma china
Algumas palavras contidas nesta letra estão em nosso dicionário de gauchês
PEÃO: Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
RODEIO: Reunião para cuido, que se faz do gado.
PALA: Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
CABRESTO: Apero de couro cru que prende-se ao buçal (pela cedeira ou fiador).
CHINA: Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
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O grupo que acompanha Porca Véia tem a manha da música gaúcha que o povo gosta, com predomínio de composições de Amaro Peres (que também produz o CD) e distribuindo os vocais por quase todos os integrantes, inclusive o próprio Porca Véia. É importante destacar as temáticas divertidas das canções como em "Avisa a Conceição" e "Tô Chegando no Pedaço". Também tem o campeiro típico em "Rodeio na Campanha" e "De Alma Campeira". E o fandangueiro inveterado aparece em "Jeitão de Domingueiro" e na faixa-título. Baita disco!