INFORMAÇÕES DA MÚSICA

A Fábula Dos Peixes

Cristiano Quevedo

CD Luzeiros (2000)

A pá desenhou o valo e a água fugiu de casa
Arrastou-se campo afora voando na sanga rasa
Os lambaris viajaram sem levar nada nas malas
E as traíras que ficaram lamentaram que sobraram
Lamentaram que sobraram

O açude virara lodo juntos deitados risadas
De homens pescando com as mãos e do banquete das garças
Não mais veriam nas tardes o boi a matar a sede
Não mais teriam as cantigas da lavadeira inocente
Lavadeira inocente

Não mais veriam a lua que às estrelas perguntava
De que forma era mais bela mirando o espelho das águas
Não mais veriam a lua que às estrelas perguntava
De que forma era mais bela mirando o espelho das águas

E nunca mais sesteariam adivinhando seus filhos
Morrer o mundo que havia, seria aquilo um castigo
E a natureza chorou como nunca havia chorado
Chorou em forma de chuva, bateu boca nos mandados
Bateu boca nos mandados

E os homens tiveram medo pois todo homem é um coitado
E se encolheram rezando n'alguns abrigos de mato
E os pequenos inocentes, do açude desapropriados
Foram na água da chuva, num galope apavorado
Num galope apavorado

Cair nas águas de um rio pra serem desajustados
Vivendo em águas revoltas, filhos do açude arrombado
Cair nas águas de um rio pra serem desajustados
Vivendo em águas revoltas, filhos do açude arrombado

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SANGA

Pequeno córrego, bossoroca.

GALOPE

Tipo de andadura de velocidade média (nem rápida e nem ligeira = moderada) dos eguariços.