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Saudade Estância e Querência

De Todas as Querências (2016)

Walther Morais

Quando a saudade do pago
Me encontrou pela distância
Lidando em lombo de potros
Da tropilha de uma estância

Em seguida de enfrenar
Larguei, no más, pra peonada
Tropilha doce de boca
Confiança pras campereadas

Pedi as contas na estâncias
Onde eu era capataz
Pra o meu lugar no serviço
Me tragam outro no más

Um índio de confiança
Campeiraço e destorcido
Que o patrão velho é buenacho
Paga o suor do manteirido

Deixo a força do meu braço
Nas cordas do alambrado
No cabo do socador
E no moirão enterrado

Num serviçito a quem chega
Na porteira da invernada
De uma peleia de touros
Ficou a trama quebrada

Deixo uma roça plantada
Milho verde já granando
Que a safra do outro ano
No paiol tá se acabando

A criação no terreiro
Renovando a cada dia
E uma porca no chiqueiro
Chegadinha pra dar cria

Estou de volta ao meu pago
Pra minha querência amada
E uma tropilha de sonhos
Vou levando pela estrada

Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração

Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração

Amansei uma brasina
Em seguida que pariu
Pra que nunca falte leite
Pra criar o guaxeirio

A terneirada já sabe
Vem pra cerca ao fim da tarde
Pra beber numa garrafa
Berrando e fazendo alarde

Num palanque da memória
O que fiz, não vou perder
Vou atar como lembrança
Pra nunca mais esquecer

Vou matar uma saudade
Que trago desde guri
Vou empeçar tudo de novo
Na querência onde nasci

Estou de volta ao meu pago
Pra minha querência amada
E uma tropilha de sonhos
Vou levando pela estrada

Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração

Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração

Letra: Volmir Dutra
Música: Volmir Dutra


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