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Tempo Feio

Campeirismo 10 - pra quem vive de bombacha (2015)

João Luiz Corrêa

Dionísio Costa

O dia imitando a noite, um relâmpago dispara
E o sol escondendo a cara, prenunciando o temporal
O vento curvando galhos, os ramos que se entrelaçam
As roupas que se abraçam, retossando no varal
Um gato meio assustado, vem em busca de aconchêgo
Um cusco ronda os pelêgos, fugindo da chuva fria
Lambendo a taipa do açude, a água crêspa se agita
E o vestido da chinita, teimando com a ventanía

O peão campeiro maldizendo o vento
Bombeando as núvens por momento esquece
Que o campo morto com o temporal
Renova a vida quando o sol aquece
Vendo a fartura após o tempo feio
Dobrando os joelhos ao céu agradece
Pedindo à deus que amenize a fúria
Dos temporais que a vida oferece

Um pôtro coiceando a poeira, pára rodeio solito
A leitoada vem aos gritos, pra campear seu agasalho
Um guaxo preso na cêrca, se enforcando na cangalha
Enquanto o vento atrapalha, as labarêdas do borralho
Frutas e folhas despencam, forrando o chão do arvorêdo
A mansidão do varzêdo, se rende à vóz da tormenta
Revidar este mandado, é uma peleia no escuro
E em meio à tanto apuro, qualquer cristão se lamenta


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