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Seleção de Bugios (resto De Baile / Bugio Da Fronteira / Bugio Novo / Bugio Dos Bailes)

40 Anos - Sempre Gaúcho (2009)

Os Serranos

Dei de rédeas em busca de um baile campeiro
Na luz de candieiro queimando o pavio
Cheguei como chega, sem dar ô de casa
De primeira vaza dancei o bugio

Dancei toda a noite levando comigo
O resto de baile no meu assobio
Lembrando da moça da flor no cabelo
Pedindo ao gaiteiro o mesmo bugio

De par com a viola, a cordeona chorava
E eu me perguntava por qual a razão
Que a moça morena da flor no cabelo
Ficava com os olhos pregados no chão

Talvez busque na noite de um baile campeiro
A luz que o candieiro não pode lhe dar
Quem fica cismando perdida no sonho
Por certo campeia também o seu par

De par com a viola, a cordeona chorava
E eu me perguntava por qual a razão
Que a moça morena da flor no cabelo
Ficava com os olhos pregados no chão

//

Ronca o bugio de lagoa vacaria e serra abaixo
Mas esse veio da fronteira com chapéu de barbicacho
De bombacha e alpargata e gaiteiro de oito baixo bis
Se te pego bugio eu te toso
Te tosando te tiro o cartaz
E te largo de cola erguida
E a cachorrada de atrás

O bugio, bicho atrevido se chegou com manha de sancho
Com olhar de sorro manso e as garras de iguais a carancho
Se escondeu da cachorrada e foi bater lá no meu rancho bis

O bugio fez reviria no meu galpão de campanha
Desde o varal de morcilha ao velho tacho de banha
Se empanturrou com meu charque e se afogou na minha canha bis

E depois se foi a la cria satisfeito e batendo no bucho
E gritando se alguém achou ruim pode vim que eu agüento o repuxo
E quem visse via o capeta disfarçado de gaúcho bis

//

Dos bugios que cantamos ao povo surgiu um novo contando lorotas
E trazendo na mala de viagem a bagagem de mil anedotas
Diz que veio de um pago distante onde o diabo perdeu suas botas
Dos bugios que cantamos ao povo surgiu um novo contando lorotas

No lugar onde pousa o bugio lobisomem se manda a la cria
Vaga-lume apaga o candieiro e o sol mais tarde no dia

O bugio é medonho e tinhoso, mentiroso, malandro e sapeca
É capenga banguela e beiçudo orelhudo caolho e careca
É pitoco e do rabo caçoa bicho a toa e levado da breca
O bugio é medonho e tinhoso, mentiroso, malandro e sapeca


O bugio quando vai num churrasco faz fiasco criando alvoroço
Sapateia e vira o prato e de fato ele ronca bem grosso
Se embucha se estica e se volta mas não solta o seu beiço do osso
O bugio quando vai num churrasco faz fiasco criando alvoroço

O bugio quando dança baileco é tareco e faz confusão
Dá de mão numa guampa de canha se assanha e se para gritão
É borracho daqueles sem rumo masca fumo e cospe no chão
O bugio quando dança baileco é tareco e faz confusão


//

O bugio que vai nos bailes seu moço sempre arruma companheiro
Pra tomar uns trago de canha seu moço pra desenterrá o terneiro
Depois de fazer o serviço seu moço dá umas vorta no salão
Pra mostrar seu terno novo pras moças de riscado e algodão

O bugio que vai nos bailes seu moço sempre arruma namorada
Vai se chegando mansinho seu moço parece que não quer nada
E tira a moça pra sala seu moço com a cara disfarçada
E não vai a meia-noite seu moço o bugio tá de mão dada

O bugio que vai nos bailes seu moço sempre se mete a cantor
Tira a gaita do gaiteiro seu moço e no palco é tocador
E a gauchada já gosta seu moço sapateia e bate o mango
E o bugio puxando a gaita seu moço toma conta do fandango


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