INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Milonga Crioula

Luiz Marenco

CD De Bota e Bombacha (2001)

Um chapéu desabado de água, barro, tempo feio
Me aperta os tentos do barbicacho varando o passo num paysandu
A tropa segue galopeada,com os burro n'água bandeando o rio
Com o frio no lombo, encarangando coisa de loco, nunca se viu

Peonada, é coisa braba nada de poncho trocando orelha
Ressabiando queixo de potro com o gado gordo bufando as ventas

O cusco sempre na volta tenteando a bóia, sobra de fiambre
Pão com matambre, batata doce e um chibo bueno pro tira-gosto
Um pingo manso de rédea me balda a sesta bocando o pasto
Batendo casco de contraponto pedindo toso pras camperiadas

Peonada, sempre que eu posso arranjo uns troço pra me entreter
Encosto a cambona ao fogo e um mate novo vem me aquecer

Qualquer sinuelo onde se apartam as reses
Às vezes rondando a tropa a vida volta parar rodeio

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BARBICACHO

Acessório do chapéu.

TROPA

Coletivo de militares e de bovinos.

PONCHO

Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.

POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

CUSCO

Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).

BUENO

Bom.

PINGO

Afetivo de cavalo de estimação.

RÉDEA

Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.

BALDA

Mânha.

CAMBONA

Pava

MATE

Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.

SINUELO

Um ou mais animais mansos que servem de guia à tropa.