INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Baile Bom Barbaridade

Gaúcho da Fronteira

LP Meu Rasto (2) (1980)

Eu ouvi certa notícia que alegrou meu coração
Diz que a indiada preparou um fandango lá no rincão
Encilhei meu pingo zaino que é de minha estimação
Dei de mão na minha cordeona, velha gaita de botão

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Tocou no baile uma dupla da cidade
De madrugada cantavam: "isto é bom barbaridade"

"Tava" tocando no baile os filhos do velho Bica
Uma veneira largada que nos bancos ninguém fica
Eu rebolhava o sabugo com a filha da velha Chica
E o xiru velho gritava "prende fogo na canjica"

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Guasquiei na dança rebolhando o barbicacho
Barbaridade que é bom dançar com os dois pé de baixo

"Tava" o compadre Vicente com a comadre Maria
O Gabriel e o Felisberto que andavam com as gurias
Maneco tomou umas canha esculhambar e já queria
A cana tocou com ele e foi dormir na pedra fria

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Pedro e a Joana dançando bem a vontade
Ela diz: "não pisa os calo que isso dói barbaridade"

O pessoal dançou na sala, na cozinha e no terreiro
E o Juca tirava os quarto mesmo que lembrar o chirqueiro
O Beto falou mais alto: "e venço e não abuso"
Dava mais volta na sala do que "polca" em parafuso

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Não me acostumo com esses baile de povo
Isto é bom barbaridade, quando ouver volto de novo

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FANDANGO

Denominação genérica do Baile Gaúcho.

PINGO

Afetivo de cavalo de estimação.

SABUGO

A alma da espiga de milho.

XIRU

índio ou caboclo. Na língua tupi quer dizer "meu companheiro"