INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Orgia Pampeana

Pedro Ortaça

CD Galo Missioneiro (2000)

Que ânsia maleva que escarva em meu peito
Que vontade capeta de ter que sair
É a malvada saudade da noite teatina
Que me empurra de encontro para onde quero ir
Um banho de sanga e os panos de festa
E o potro de trato e aperos chapeados
A estrada em silencio me escuta cruzando
Sabendo que vou retoçar no povoado

Pirilampos me acenam com luzes salteadas
A lua desliza prateando o capim
Mariposas rodeando o candeeiro da noite
Chorando saudade que sentem de mim
Esta ausência termina de pronto e de soco
No clarim do meu potro anunciando a chegada
E os acordes sonoros da noite guria
Parindo cantigas se faz madrugadas

Se o breque do tempo me manda que pare
O relógio da vida me manda seguir
E o abraço matreiro da noite pampeana
Me maneia de amor para não ter que partir
Então assim fico apalpando as estrelas
Bulindo o destino da flor mal-me-quer
E o abrigo da estância que espere minha volta
Num retorno sovado de trago e mulher.

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MALEVA

Malfeitor, desalmado, mau e perverso.

SANGA

Pequeno córrego, bossoroca.

POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

APEROS

Preparos necessários para a encilha.

RETOÇAR

Se faceirar e brincar pulando.

GURIA

menina, moça (Se usa em outras partes do Brasil)

ESTÂNCIA

Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.