INFORMAÇÕES DA MÚSICA

No Cantar das Nazarenas

Cesar Oliveira e Rogério Melo

CD Lá na Fronteira (2001)

Quando as rosetas se agarram no sovaco de um matungo
Eu tiro a sorte aragana pra bailar neste surungo
E "se vâmo" dando volta num despraiado de mundo
Um potro que esconde a cara é coisa braba "a la pucha"

Posso até não ser ginete mas sou mimoso das bruxas
Fui batizado "a lo largo" na velha doma gaúcha
Por mim que despenque o tempo em pedra, trovão e raio
Rodada quanto mais feia não tem problema, que eu saio

Arrastando as nazarenas com guizos no papagaio
Canta, canta nazarena na cantilena de campo
Que os cavalos que eu encilho têm olhos de pirilampos
E andam de cacho quebrado donde a china prende o grampo

No cantar das nazarenas eu toco a vida por diante
Tironeando meu destino no repecho e no lançante
Embora a sorte me traia e o amor ande distante
Quem vive a lida campeira e faz da doma um ofício

Nunca refuga bolada nem esquece os compromissos
Pra bagual que corcoveia espora, mango e serviço
Quem passa o tempo domando arrocinando tropilhas
De certo um dia se amansa no santo altar da família

E as nazarenas "descansa" num cepo de curunilha

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POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

DOMA

Adestramento.

CHINA

Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).

REPECHO

Subida íngreme.

BOLADA

Ocasião.

BAGUAL

excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro

MANGO

Espécie de açoite.

CEPO

Pequena tora (preparada ou não), que serve de banco nos galpões-de-fogo.