INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Estampa de Peão Fronteiro

Cesar Oliveira e Rogério Melo

CD Apaysanado - Anomar Danúbio Vieira nas vozes de César Oliveira e Rogério Melo (2005)

Uma perdiz " a lo largo"
Voa e assombra o bagual,
Vou tenteando no bocal
E deixo o potro sentado
"afrouxo" o corpo, e entonado
Faço um bichinho com a boca
Por que um susto é coisa "poca"
Pra quem vive enforquilhado.

E se o ventena se arrasta
Batendo firme os "esteio",
Eu saio atando no "reio"
Caixão golpeado pra trás,
É bem assim que se faz
Nos pagos da minha "santana"
Porque a alma castelhana
Não se entrega assim "no más".

E sempre nos fins de tarde
Um mate novo me espera
E uma flor de primavera
Pra matear junto comigo
Se a lida bruta é um perigo,
Seu beijo doce me acalma
E amanso as coisas da alma
Quando em seus braços me abrigo.

Não é "changa" paisanito
A vida que a gente leva,
Que a sorte arisca, maleva
Venha do jeito que vier
Pois tendo rancho e mulher
Parceira, sempre, pra um mate
O resto é luta, faz parte
Seja como deus quiser.

Ainda tenho um tordilha
E dois " ovelheiros picassos",
Mais a força do meu braço
E um quatro tentos grongueiro,
O velho tino campeiro
Na cadência das esporas
E a ciência do campo a fora
Pra "costeá" zebú matreiro

E se não fosse os cachorros
E a "pata" da minha tordilha
Te juro, muita novilha
Tinha se enfiado no mato
Mas quando atravesso o rastro,
Isto aprendi, muito cedo
Misturo jeito e segredo
E acho uns "toco" pra o meu laço

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POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

MATE

Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.

LAÇO

Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.