INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Entrando no M’bororé

Walther Morais

CD CD e DVD - Ao Vivo em Criuva (2008)

Lá vem o vito solito, entrando no bororé
E o cusco brasino ao tranco, na sombra do pangaré
Chapéu grande, lenço negro, jeitão calmo de quem chega
A tarde em tons de aquarela, lembra um quadro do berega
Um flete troteando, alerta, bufa e se nega pra os lados
E uma perdiz se degola no último fio do alambrado
Apeia na cruz da estrada e o seu olhar se enfumaça
Saca o sombrero em silêncio, por respeito à sua raça
Lá vem o rio grande a cavalo, entrando no bororé
Lá vem o rio grande a cavalo, que bonito que ele é
Procura à volta do pingo e alça o corpo sem receio
Enquanto uma borboleta senta na perna do freio
Inté interte o cristão que se cruza campo a fora
Mirar a garça matreira no seu pala cor de aurora
Pois lá num rancho de leiva que ele ergueu com seu suor
Fica o sonho por metade de quem vive sem amor
Num suave bater de asas, cruza um bando, sem alarde
E as garças e o vitor somem lá na lonjura da tarde

COMPARTILHE

CUSCO

Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).

FLETE

Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.

PINGO

Afetivo de cavalo de estimação.

PALA

Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.