INFORMAÇÕES DA MÚSICA

China Atrevida / Sul dos Mates

João Luiz Corrêa

CD 10 Anos de Sucesso (cd duplo) (2010)

Cada vez que o sol levanta
Traz consigo uma ansiedade
De uma china onde a saudade
É o poncho da minha vida
Que china mais atrevida
Que sai sem avisar nada
E só vem de madrugada
Neste sonhos de ilusão

E assim vai passando o tempo
Com seus segredos
E eu no vazio dos meus pelegos
Espero a sorte logo chegar
Pois dentro de cada mate
Uma espera louca
Na bomba o gosto
Daquela boca
E no rosto, o pranto pra consolar.

O meu chucro pensamento
Vai sem rumo estrada a fora
Pressenti chegar a hora
Num palpite quase certo
Meu rancho ficou deserto
Sem achego da morena
Que só vive em meu poema
Num disfarce à solidão.

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Não leve a mal, eu vou tomar um mate
Que eu sou do sul, isso é natural
A mão na cuia já não tem idade
Eu sou do sul dos campos, serra e litoral
A mão na cuia já não tem idade
Eu sou do sul dos campos, serra e litoral

Tem desses dias que nascem cinzentos
Lembrando tudo que a tristeza tem
Encilho um mate cheio de alegria
E como vai o dia, ela vai também

Lá pelas tantas esqueço da vida
Meu corpo fica que é um ninho vazio
Que abriga triste a casca partida
De quem ganhou da vida por presente o céu

Matear solito é pra quem quer voar
Matear de mano só por querer bem
Matear com ela é pura magia
E na coreografia o beijo vai e vem
Como eu te quero bem guria

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CHINA

Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).

PONCHO

Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.

ACHEGO

Amparo, encosto, auxílio, proteção

CUIA

Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.

MATE

Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.

SOLITO

Só e isolado.

GURIA

menina, moça (Se usa em outras partes do Brasil)