INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Nos Braços da Madrugada

André Teixeira

CD Do Meu Rincão (2018)

(Edilberto Teixeira/André Teixeira)

Num baita trago saiu da venda
Campeando a sorte numa outra olada.
Da boa pinga, com a lã molhada,
Perdeu no pasto toda a encomenda.

E via estrelas,
E via o céu,
Sentindo a geada
Que pela estrada
Cai de boléo.

Chegou na estância naquele tranco,
Sem oh-de-casa, de madrugada.
E a lua cheia, no céu parada,
Pisava as pedras do pátio branco.

Campeando a pipa,
Foi na ramada...
Bebeu um bocado
E soltou o bragado
De cola atada.

E a noite fria, de lichiguana,
Morreu nos braços da madrugada...
Quando a doninha, tão preocupada,
Abriu os pelegos da sua cama.

E a noite fria,
Numa tarimba,
Não acha o sono
Nesse abandono
Daquela timba.

E ali nomais se encheu de lua
Quem tinha a alma encarangada...
Melhor que um pala de lã cardada
É o aconchego de uma chirua!

Nem via estrelas,
Nem via o céu,
Nem via a geada
Que pela estrada
Cai de boléo.

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BAITA

grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)

ESTÂNCIA

Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.

PALA

Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).