Letra da música
Mal Acostumado
Telmo de Lima Freitas
LP De Marcha Batida (1994)
Eu me fui lá pra São Chico na costa dum chapadão
Pra me topá com um “lazão”, ventena e corcoveador
As comitivas tropeiras falavam no afamado
Pata bronzeada e delgado, desafiando o domador.
Cheguei dando “Buenos dias, senhores, peço licença,
Ando atrás da recompensa comentada nos fogão,
Minhas garra pedem por lombo, meu mango pede virilha,
Minhas esporas caudilhas já retinem no garrão.”
“Boleie a perna, patrício, desencilhe o azulego,
Vá resvalando os pelego, se aproxegue pro galpão.
Vá bombeando um parapeito de puro trevo e flechilha,
E veja que maravilha prum tombo de um alazão...
Enquanto toma dois mates vou mandar voltear a potrada.”
“Se me permite a olada, eu quero ajudar a voltear,
Terei um grande prazer de conhecer o ventena
E lhe apresentar mi’as chilenas que ele vai ter que provar.
Me chamo Emerenciano Faustino Gomes Silveira,
Eu venho lá da fronteira e sou mal acostumado:
Cavalo, china e cachaça conheço porque provei
E cavalo que eu domei nunca deixei aporreado,
(Com essas e algumas outras eu me sinto apresentado.”) Bis
Algumas palavras contidas nesta letra estão em nosso dicionário de gauchês
CHIMANGO: Ave rapinídea; alcunha dada em 1915, aos Borgistas (usuários do lenço branco com nó comum).
TOMBO: Queda.
CHINA: Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).