Levantei de madrugada pra tomar meu chimarrão
Quando escutei a notícia me doeu meu coração
As rádio' toda' anunciavam a perda do gauchão
E o Rio Grande ficou triste com a morte do Betão
Não foi de chapéu tapeado
Foi debruçado em seu peito
Como disseste a São Pedro:
- Esse é um sinal de respeito
Desde o tempo de piazito, cresceste pelos galpão'
Laçando boi campo a fora, foi capataz, foi peão
Saltava de madrugada pra tomar seu chimarrão
E esquentar seu servido no velho fogo de chão
Não foi de chapéu tapeado
Foi debruçado em seu peito
Como disseste a São Pedro:
- Este é um sinal de respeito
Um dia antes da morte, no rádio e televisão
Você foi homenageado, sentiste muita emoção
Montado no seu cavalo, um pingo de estimação
Como foste despedida daqui do Sul da nação
Não foi de chapéu tapeado
Foi debruçado em seu peito
Como disseste a São Pedro:
- Este é um sinal de respeito
"Tá chegando pra cantar comigo o autor e compositor dessa obra, meu compadre Beto Sapo. Abre o peito, missioneiro véio'. "
Ao chegar no campo santo, foi grande a população
Todos só que comentavam a história de ti, Betão
E, ao descer da carreta, entre palma e vanerão
Tocado pelo teu neto nesta gaita de botão
Não foi de chapéu tapeado
Foi debruçado em seu peito
Como disseste a São Pedro:
- Este é um sinal de respeito
E o Piquete Farrapo perde pra sempre o patrão
No desfile farroupilha foste a maior atração
No coração dos gaúchos fica esta recordação
Como diz' os seus amigo: - Ficou um buraco no chão
Assim fala o Mano Lima
Olhando pra o seu caixão:
- Pras tradições é um fracasso
Pois a morte do Betão
Afetivo de cavalo de estimação.
Pequeno agrupamento de pessoas; também designa um pequeno potreiro, onde pastam os potros.
Seguidor Farrapo.