(Dionísio Costa)
Um galo distante abriu a garganta e a noite se finda
Mais meu sono aínda não fez parceria pra o mate já frio
Eu sigo proseando com a minha lembrança e a saudade tua
E um resto de lua nas frestas clareia um rancho vazio
Embora eu viva assim de manhã , de noite ou de tarde
Não sou um covarde fugindo da vida, buscando o passado
Covarde é o silêncio que traz tua ausência e alonga a demora
Enquanto lá fora o tempo do mundo troteia apressado
Eu sei que o amor que se aparta dos olhos deixando a desgraça
E o tempo que passa na vida da gente não voltam jamais
Por isso amanheço acordado mais sei que amanhã ou depois
Teremos nós dois novo tempo de amor sem caminhos iguais
Tal qual pecador que disfarça o pecado mudando de assunto
Por vezes pergunto campeando respostas na voz da saudade
Será que valeu todo tempo feliz que a teu lado viví
Se o tempo sem tí proporciona o amargo de uma eternidade
Mesmo tendo fé e uma grande esperança que na mão não cabe
Quem fica bem sabe que tem que aprender a matar a esperança
Me resta um rancho vazio como a alma se tu for embora
E o tempo de agora que só tem espaço pra tua lembrança