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É Tudo Por Minha Conta

Série Duplo para Você (2005)

Os Monarcas

Botei a bombacha nova que comprei da costureira
É de pano de primeira bem do jeito que me agrada;
Camisa branca, lenço colorado,
Um chapeuzinho tapeado bota preta bem lustrada.
E na guaiaca, coldre, cartucheia e tarca
E um trinta de boa marca bem ajeito na cintura
Na charqueadeira binha de couro cru
E neste carbo de xirú só patrão velho me segura.

To com uns pila na guaiaca
E o gogó que é uma matraca onde ninguém me afronta
(Quando eu boto a mão nos cobre
Não existe china pobre , é tudo por minha conta)

Tomo uns gole de água benta e um banho me sinto novo
Vou passear lá no povo querendo um achego por lá;
Se não der certo, já esculhambo com pulguedo
E esparramo o chinaredo sem ter medo de apanhar.
Eu pago a conta não importa o preço da lenha
Porém não gosto de manha de china choromingona;
E o macho que me vier com ciumeira
Também entra na pauleira e logo se desapaixona.

To com uns pila na guaiaca
E o gogó que é uma matraca onde ninguém me afronta
(Quando eu boto a mão nos cobre
Não existe china pobre , é tudo por minha conta)

Sou assim desde piazito não que eu seja mais que os outros
Criado em lombo de potro bem gaudério ao relento;
Gosto de festa, cancha reta e de baralho
E quando não estou no trabalho de um cantar bem pacholento.
Pra quem trabalha sem folga a semana inteira
Não existe outra maneira de alegrar o coração
(Se gastar tudo nem preocupado eu fico
Sei que não vou ficar rico com salário de peão)

To com uns pila na guaiaca
E o gogó que é uma matraca onde ninguém me afronta
(Quando eu boto a mão nos cobre
Não existe china pobre , é tudo por minha conta)


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