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Pra Apeiar Na Porteira

Enchendo os Olhos de Campo (2000)

Luiz Marenco

Estenderam suas distâncias
Pelos cascos dos cavalos
Rangindo basto e carona
Sem sinuelo pra guiá-los

Pra, depois, num fim de tarde
Nas desencilhas do mate
Refazer as campereadas
Reafirmando esse embate

De trazer poncho emalado
Baios de tiro pra lida
E uma esperança no arreio
Pra algum aperto da vida

Vai mais de légua no lombo
Desta gateada ruana
Inverno depois de inverno
Gastando estrivo e badana

Nessas estradas de tempo
Onde a poeira engana os olho
O arame dos corredores
Separa a sombra dos molhos

Como fosse permitido
Adonar-se da querência
Ou das coisas mais sentidas
Que trazem campo na essência

Gujo véio, lá do rincão das cordilheira
Diz um verso, tu que nunca fala nada

Pela porteira da frente
Onde se chegam e se vão
Os olhos desses campeiros
Se perderam na amplidão
Confundindo os velhos rastros
C'o as cicatrizes do chão

Ah! Loco véio
Vai que tu tá livre

Quem sabe, por estradeiros
Esses olhos não têm dona
E desencilham tão fácil
Onde chia uma cambona

Tenteando encontrar os rastros
Destes galpões de guarida
E alcançar, bem cevado
Um mate pra impor a lida

Porque, depois das distâncias
Me encontrei com a fronteira
Bancando as rédeas do pingo
Pra apeiar na porteira
Bancando as rédeas do pingo
Pra apeiar na porteira


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