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Canto da Terra

Fungando Poeira (1995)

Chiquito e Bordoneio

Quando a alvorada espalha o dia pelos campos
Restias de aurora levam luzes pelos ares
A natureza então desperta lentamente
E a passarada ensaia um hino em seus cantares

Mas a hospedeira terra mãe da natureza
Leva em seu colo a grandeza do universo
Umcanto triste, um canto alegre e um lamento
É o cancioneiro na beleza do seu verso

(Se a terra abriga tantas vozes e encantos
Que o nosso canto seja um grito de defesa
Aos inclementes de ganâncias incontidas
Que matam vidas mutilando a natureza)

O quero-quero com seu grito vigilante
Verões que chegam na cantiga das cigarras
As caturritas e sabiás nos arvoredos
E o seresteiro bordoneando uma guitarra

A voz é canto e cada canto é voz de vida
Morte incontida na erosão pelas quebradas
E enquanto as aves batem asas sem florestas
A terra chora nos estalos das queimadas

(Se a terra abriga tantas vozes e encantos
Que o nosso canto seja um grito de defesa
Aos inclementes de ganâncias incontidas
Que matam vidas mutilando a natureza)


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