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Desgarrados

1º Solo de Guitarra - Bonitinho (1996)

Eco do Minuano e Bonitinho

Sérgio napp e mário barbará

eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
e são pingentes das avenidas da capital
eles se escondem pelos botecos entre cortiços
e pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
e então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso
viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
o milho assado, a carne gorda, a cancha reta
faziam planos e nem sabiam que eram felizes
olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será


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