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Linha Da Vida / Abram Cancha Pro Rio Grande

Campeirismo 4 (2003)

João Luiz Corrêa

LINHA DA VIDA

Quando canto uma saudade debruçado num violão
Vou recorrendo as esperas da costa do coração
Cada linha que eu recolho traz um peixe diferente
Pra me falar da fronteira que sempre trago presente

Certa vez uma cigana lendo a mão do cantador
Disse que a linha da vida é o que nos faz pescador
Voi deixar talvez um dia de só pescar ilusão
Fisgando o teu riso claro na linha da minha mão

ABRAM CANCHA PRO RIO GRANDE

Riscando assoalho bombeando pra cumeira
Reponto rimas num bailado a recordar
Fogões chaleiras e um candieiro a meia-vida
Que as duas braças não dava pra se enxergar

Neste balanço passa o Rio Grande em meus olhos
De sul a norte sinto o calor dos galpões
Braseiro aceso luz divina do campeiro
Rodas de mate que irmanam nossos peões

Neste compasso galponeiro balanço
Reminiscências versos chucros no ar
Galpão meu tento a sarandeios te tranço
E abram cancha pro Rio Grande passar

Entreverado retalhando a polvoadeira
Num trote largo a gaita me faz trotear
No figurado remanchando uma vaneira
Nossa cultura que se expressa ao dançar

Neste balanço passa o Rio Grande em meus olhos
De sul a norte sinto o calor dos galpões
Braseiro aceso luz divina do campeiro
Rodas de mate que irmanam nossos peões


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