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Cio Das Águas

Alma de Fronteira (1994)

Leonel Gomez

Manhã mansa avança a beira-mar
beira-mar onde a ribeira dá
cachoeira acima a murmurar
o riacho a chuá-chuar

nadadeira contra a corredeira assim
foi e assim sempre será
piracema peixe deixe estar
os seixos o cio das águas sem ter fim

finda enfim a tarde a beira-mar
beira-mar onde a ribeira dá
afluentes a influenciar
Água n’água nesse desaguar

natureza correnteza tecelã
fios de rios seus fios a guardar
piraíba pode sossegar
É vem no ventre um novo amanhã


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