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Vanera de Toda Gaita

Pra não Falar em Cavalo (2001)

Walther Morais

Vanera d etoda gaita que nasceu engarupada
Desta planura esverdeada entre a prima e a bordona
A tristeza temporona se entrevera na fumaça
Quando a alma da nossa raça dá um bufido na cordeona.

No arrasta-pé dessa marca um espora cantadeira
Se vai levantando poeira na silhueta do camdeeiro
Enquanto isso o gaiteiro campaeando nota por nota
Repica o taco da bota nesse embalo missioneiro.

Vanera de toda gaita crioula do nosso chão
Te escuto e vejo o redomão bufando lá na mangueira
E uma égua caborteira rincha chamando o potrilho
Vejo lá longe o meu filho falquejando uma vanera.

Fui criado no teu lombo e no teu lombo faço visita
Pois a minha alma entristecida pra pelear a solidão
Se apaga aqui neste chão dessa terra colorada
Vira alegria e risada nesta gaita de botão.


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