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Costeio de Domador

Levando o Sul nos Arreios (2007)

Walther Morais

Um picaço esconde o toso na frente da estância antiga
Esparramando cantiga no lombo do pajonal
Mete as mãos no bucal e segue no mesmo embalo
Onde campeiro e cavalo forjam terrunho ritual.
O rebenque dá o compasso pra o cantar das nazarenas
Que vão charlando torenas aos gritos do domador
Um cusquito faz fiador e acoa junto a virilha
Quando açoiteira campeia a tal marca flor

Um potro mandando garra ritual da lida campeira
É coisa que na fronteira se ajeita meio por farra
E se acaso não esbarra com dois dias de costeio
Seguimos batendo esteio num compasso de chamarra.

Vez por outra de costume tapeia a boina um paisano
E nos bastos castelhanos larga o corpo pra trás
Enforquilhado no mas bota confiança na espora
Que desce clareando aurora no escuro que a noite faz.
E semeando cantiga vão cavalo e domador
Desta vez no corredor, pois o bagual quer distancia
Uma coplita em constância ecoa no seu costado
O picaço bem costeado pra o dia a dia da estância.


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