PUBLICIDADE

De Bigode Repartido

Pampa (2008)

Joca Martins

Como é lindo e "devertido"
Um "bailezito" campeiro!
Que ao índio mais caborteiro
"Le gusta batê fervido!"
Um salão de chão batido
Onde o gaúcho, se espiando,
Esquece a vida bailando
De bigode repartido!
Um gaiteiro distraído
Olhando para as percantas,
Vai animando a bailanta
Numa vaneira, perdido...
E "às vez" um mal-entendido
Faz com que o taura, berrando,
Pare rodeio peleando
De bigode repartido!
E, depois do "assucedido"
Monta no flete seguro
Que sabe enxergar no escuro
O rumo desconhecido...
Traz aguçado o sentido
O pingo de quem peleia
E topa a volta mais feia
De bigode repartido!
Chega assim, amanhecido,
Na estância após o domingo,
Saca os recaus do seu pingo
E encilha um baio temido,
Que sai teso e recolhido,
Troteando de lombo duro
E o índio prevê o apuro
De bigode repartido!
Não se assusta o prevenido
Quando o baio se escancara...
De repente esconde a cara
Não se dando por vencido!
Mas sente o choro doído
Da espora mordendo o couro
No garrão do índio touro
De bigode repartido!
É assim o tempo vivido
De quem é livre qual vento,
Não se enreda em casamento
Nem em nada parecido;
Habita o campo estendido
No ofício de campereá-lo
E cruza a vida a cavalo
De bigode repartido


PUBLICIDADE

Músicas do Álbum

Veja outros álbuns >