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Gateado Pirilampo

Marcas do Tempo (2007)

Nilton Ferreira

(Rafael Teixeira Chiappetta/Nilton Ferreira)

Escarceia meu gateado
Estampando alma de campo
Quando potro, foi marcado
Batizei de Pirilampo
É um pingo de respeito
Meu gateado frente-aberta
Escondida sob a franja
Traz a lua, bem na testa

Um gaúcho que se preza
Tem que ter um bom cavalo
E montar no Pirilampo
É, pra mim, como um regalo
Eu escuto os quatro vento
Num relincho entonado
Não sou bruxo, mas entendo
O que diz o meu gateado

Ao findar minha existência
Me cambeando deste mundo
Voltarei, de vez em quando
Com permisso do Pai Velho
Pois então, se escutares
O tropel de um gateado
Meu espírito campeiro
Que em seu lombo está montado

Me conhece pelos olhos
E o som da minha fala
Quando boto o pé no estrivo
E no ombro levo o pala
Sabe ele o meu destino
Quando a lua desentoca
Vou campear algum fandango
Pra roubar uma chinoca

Um gaúcho que se preza...

Emponchado, de a cavalo
Eu provoco os temporais
O chamado dentro d’alma
Me toreia os ancestrais
E descambo horizontes
Muito além dos hemisférios
É o lombo do gateado
A extensão do meu império

Traz em si a imponência
Pela estirpe de um soldado
Já apartei briga de touro
No encontro do gateado
Mas nunca tirei-lhe o sangue
Nunca houve precisão
Levo mansa as esporas
Como enfeite pros garrão

Um gaúcho que se preza...


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