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Castração a Pealo

Galponeiro e Aporreado (2020)

Baitaca

(Palito Portela)

Levantando poeira o sinuelo berra
Batendo o cincerro sobre o pastoreio
Refuga o mestiço e vem golpeando o laço
Cincha o meu picaço atirando o freio
Cevei o meu mate bem de madrugada
Comecei a lida do clarear do dia
Num fundão de campo a gritar com a boiada
Pra vir pra mangueira numa manhã fria

Turuno, brasino, arisco e ligeiro
Atira os pucheiros no meu cusco amigo
Garroteando a tropa no berro e no coice
Arrojado e valente a camperear comigo
Quem tem fé no braço, armada pachucheira
Retumba o guascaço sobre o tirador
Já cai "acarcado" ao centro da mangueira
Pronto pra peixeira do peão castrador

Ao cair a tarde 'garrei a cordeona
E fiz a chorona ecoar no espaço
Depois encilhei uma égua lazona
Me fui pra mangueira dar um tiro de laço
Levantei o braço e mandei o trançado
Pealei um zebu que já tombou berrando
Em poucos segundos levantou castrado

Rebatendo o chifre, saiu tropicando

A cachaça na guampa reluz a memória
Vai ficar na história o que eu fiz aqui
Me disse o patrão, faça pra mim agora
Um verso pra estância Itacurubi
Se de mão em mão a canha vai e vem
Os bagos na cinza é só bater o tição
Castração a pealo, outra igual não tem
Este é o ritual aqui do meu rincão


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