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Vila Dos Borracho

Coplas de Um Gaúcho Brasileiro (2000)

Ângelo Franco



Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

Lá o sol se esconde logo
já tem uns de fogo
o resto a meia boca
borracheira loca
de uivar pra lua...

De amanhecer na rua
sem ter rumo certo
a cachorrada perto
sem ter compromisso
só estranho vício
de beber pra mais...

Que até o ponteiro do relógio
da um passo pra frente
dois ou três pra trás...

Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

No alvorecer um peru "cacareja"
maldita ave da desgraça
bebendo cachaça
acha que é Natal...

Num fogo alado que...
não se concebe...
vazando água que...
passarinho não bebe...

E a indiada passa mal
numa catinga "osca"
a "merce" das moscas
vão murchando ao sol
ficam que nem minhoca...
que apodreceu no anzol...

Na vila dos "Borracho"
tem de tudo um pouco
só não tem fundamento
esse bando de loco
essa cede doentia
esse espírito de porco...

Lá ninguém chega inteiro
e quem quiser chegar
vai rumo ao exagero
ao limiar do insano
não existe perda...
no fim de tudo a esquerda...

Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

Na vila dos "Borracho"...
Garrafa é teta e...
Ninguém é guacho...

Na vila dos "Borracho"
tarda mas não falha
Deus cria o Diabo espalha
eles por si se acham
já se emborracham...

Vem de todo o lado
chegam as dezenas
se fazem centenas
nessa comunhão
bebê, fazê gritado
cai pelo chão
escora as paredes
briga de facão
e chorar abraçados (deixa solto)
que é briga de irmão...
E chorar abraçados (deixa solto)
que é briga de irmão...

Na vila dos "Borracho"
tem de tudo um pouco
só não tem fundamento
esse bando de loco
essa cede doentia
esse espírito de porco...

Lá ninguém chega inteiro
e quem quiser chegar
vai rumo ao exagero
ao limiar do insano
não existe perda...
no fim de tudo a esquerda...

Lá ninguém chega inteiro
e quem quiser chegar
vai rumo ao exagero
ao limiar do insano
não existe perda...
no fim de tudo a esquerda...


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