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Quebrando Geada

Pelos Palcos dos Festivais (2012)

Adams Cezar

Aldo pereira e jones andrei vieira
o verão se entrega atrás da coxilha
bem desconfiava que andava a esmo
perdeu a força, não tinha calor
já fazia dia que não era o mesmo.

o minuano sopra açoitando macegas
e tenebroso uivo dando arrepio
os dias ficando cada vez mais curtos
e a nova estação vem trazendo o frio.

o outono sulino vem mostrando as garras
desatando as amarras ofuscando o brilho
num sul que até ontem era verde esmeralda
e como miragem amanhece tordilho.

/quando chega a invernia vamo quebrando geada
prepara o mate para esquentar
uma dose de graspa num café bem preto
mistura serrana pra lida iniciar./

o horizonte cinzento feito uma cortina
debruça as crinas escondendo os serros
chaminés do ofício troteando fumaça
É a vida que passa ao redor do braseiro.

fogões galponeiros cuspindo tições
mudam a paisagem em tons diferentes
o poncho guardado ganha a serventia
e o rigos do dia encaranga o vivente.

cambonas chiando e roncos de mate
guamirim valente garante o braseiro
ovelhas lanudas vem rondar o rancho
despertando o cusco que trocou de pelo.


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