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Nos Braços da Madrugada

Do Meu Rincão (2018)

André Teixeira

(Edilberto Teixeira/André Teixeira)

Num baita trago saiu da venda
Campeando a sorte numa outra olada.
Da boa pinga, com a lã molhada,
Perdeu no pasto toda a encomenda.

E via estrelas,
E via o céu,
Sentindo a geada
Que pela estrada
Cai de boléo.

Chegou na estância naquele tranco,
Sem oh-de-casa, de madrugada.
E a lua cheia, no céu parada,
Pisava as pedras do pátio branco.

Campeando a pipa,
Foi na ramada...
Bebeu um bocado
E soltou o bragado
De cola atada.

E a noite fria, de lichiguana,
Morreu nos braços da madrugada...
Quando a doninha, tão preocupada,
Abriu os pelegos da sua cama.

E a noite fria,
Numa tarimba,
Não acha o sono
Nesse abandono
Daquela timba.

E ali nomais se encheu de lua
Quem tinha a alma encarangada...
Melhor que um pala de lã cardada
É o aconchego de uma chirua!

Nem via estrelas,
Nem via o céu,
Nem via a geada
Que pela estrada
Cai de boléo.


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