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Alma de Galpãp

Meu Rastro - Vol. 1 (2012)

Luiz Marenco

Como faz bem um chimarrão feito a capricho
Quando cevado com o calor da própria mão
A madrugada negaceando mostra a cara
Cheiro de garras e pelegos pelo chão
A madrugada negaceando mostra a cara
Cheiro de garras e pelegos pelo chão

Como faz bem ouvir o relincho do potro
Já na mangueira a espera do buçal
Baio sebruno cabos negros de respeito
Que pelo jeito não nasceu pra ser bagual
Baio sebruno cabos negros de respeito
Que pelo jeito não nasceu pra ser bagual

Como faz bem tomar um banho na restinga
Vestir as pilchas domingueiras pra passear
Ouvir a gaita de oito baixo resmungando
Adivinhando o pensamento do seu par
Ouvir a gaita de oito baixo resmungando
Adivinhando o pensamento do seu par

Como faz bem sentir o gosto da querência
Ouvir um grito explodindo no rincão
O venha, venha dos tropeiros nas estradas
Rezando a prece de retorno ao velho chão
O venha, venha dos tropeiros nas estradas
Rezando a prece de retorno ao velho chão

Como faz bem lavar a fuça na gamela
Tirar o freio pra depois chimarronear
E o gado manso ruminando junto as casa'
E a terneirada num berreiro pra mamar
E o gado manso ruminando junto as casa'
E a terneirada num berreiro pra mamar

Como faz bem sentir o cheiro do borralho
Respirar fundo a fumaça de um tição
Rio Grande velho que retrata diariamente
Como se forja uma alma de galpão
Rio Grande velho que retrata diariamente
Como se forja uma alma de galpão
Rio Grande velho que retrata diariamente
Como se forja uma alma de galpão


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