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Na Solidão de um Chamame

Do Jeito Que Eu Gosto (2015)

Zezinho e Floreio

(Léo Ribeiro/Adriano Claro)

Boca da noite dá oh de casa cá na campanha
A gadaria vem rumo ao rancho com seus lamentos
- Ave Maria – quanta tristeza que se rebanha
Janelas altas rangem madeira a cada vento.
Espadas velhas guardam retratos pelas paredes
É minha gente de barbas ruivas, roupas de linho.
Encilho um mate num contraponto pra minha sede
E aquento o lombo no fogo brando de um nó-de-pinho.

(É nestas horas que a tua ausência bate na porta
Então ponteio nestas seis cordas meu desalento
Eu que pensava que tua lembrança estava morta
No chamame sinto teu lume galpão adentro.)

Pra quem golpeia na lida bruta o dia inteiro,
Um fim de tarde é hora sacra cá onde vivo
O corpo cansa por este ofício de peão campeiro
Cabelos brancos, sulcos no rosto, trago comigo.
Mas um borralho, um “gol” de vinho, um mate quente,
São coisas buenas pra alma pampa neste sem fim
E a cuscalhada que para mim são mais que gente.
Me olham tristes, sabem da dor, que existe em mim.

(É nestas horas que a tua ausência bate na porta
Então ponteio nestas seis cordas meu desalento
Eu que pensava que tua lembrança estava morta
No chamame sinto teu lume galpão adentro.)

Me vou ao catre, pelego grande, capa ideal,
Bombeando um ponto nas telhas cinzas de picumã
Que passe ao trote a madrugada que me faz mal
Que ande o tempo pra um novo dia, novo amanhã.
Eu e meu rancho, campo povoado, alma tapera,
Silêncio vago e um frio de inverno que se prolonga.
Queria tanto que tu voltasse com a primavera
Florindo os campos e ser parceira nas noites longas.


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