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O Tranco do Chamamé

Algo Estranho (2004)

Miro Saldanha

É um jogo a vida, se é bem vivida;
E, a cada partida, se aprende um pouco;
Precisa sorte e um santo forte,
Senão a morte nos leva os trocos.

Joguei amores, pensando em flores,
Porém, só dores pude colhê(r).
De tanto soco, eu vivo de troco
E só fiquei louco por chamamê!


REFRÃO
E, se um rosto liso me dá um sorriso,
Me bate o guizo e logo me agarro;
E um forte abraço marca o compasso,
Naquele passo de joão-de-barro.

Só vou-me embora, quando for hora;
E a luz da aurora e quem vai dizê(r);
Só vou pr'o banco depois de manco;
Eu gosto do tranco do chamamê!


Mulher bonita é um laço de fita
Que nos incita pr'o desatino!
Mas sou avesso ao que não conheço e
Não tenho preço no meu destino!

Eu não casei por medo da lei e,
Se assim fiquei, que se há de fazê(r)?
Me basta um gancho e um cheiro de rancho e
Já me desmancho num chamamê!


REFRÃO (bis)


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