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Fim De Semana Com Chuva (rogério Ramos/ Wilson Paim)

Nativismo (2014)

Wilson Paim

Fim de semana com chuva
rogério ramos/ wilson paim


vou “dá” uma olhada no tempo pra ver se a chuva amansou
pois anda o meu pensamento no fundo de um corredor
vai se achegando à porteira com ganas que eu bem queria
e as léguas que eu venceria pra rever o meu amor

fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece.
porque a paixão recrudesce e aperta o coração
me repreendo, me inquieto e me paro incomodado.
um liberto, enclausurado, prisioneiro no galpão


mirei ao longe o horizonte. vai demorar a estiada.
fez tempo bom até ontem quando a festa foi marcada
pra um campeiro é tradição tiro de laço ou rodeio
e até quem ia a passeio desistiu da empreitada

fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece.
porque o índio não esquece o anseio do coração
“me repreendo, me inquieto”. perdi a festa campeira
“me restou a fumaceira”. prisioneiro no galpão


a chuva forte é resmungo. uníssono estado d´alma
que até pra ir a um surungo há que se pensar com calma
a bota, o chapéu encharca e o que o poncho cobria
tem cheiro de montaria e a cor das rédeas nas palmas

fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece.
e o sonho se desvanece, bate triste o coração.
“me repreendo, me inquieto”. restou a noite em milonga.
e a incerteza que assombra um prisioneiro no galpão


até pra passear com a prenda, numa volta pelo povo.
“me distanciar” da fazenda e cevar um mate novo
a chuva faz atrapalho, melhor é ficar em casa.
só o pensamento tem asas, pois daqui não me removo.

fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece.
nem que o taura faça prece pra acalmar o coração
me repreendo, me inquieto. queria matear na praça.
fiquei como tralhas ou traças, prisioneiro no galpão.


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