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Lida de Costeiro / Gineteando Um Chamamé

Os Serranos, Ao Vivo na Expointer (2007)

Os Serranos

Nesta lida de costeiro se trabalha o tempo inteiro até que o dia termina
Quando chega a tardinha na canoa vem farinha e dê-lhe chibo da argentina
Lá, vendo, quase de graça meio barril de cachaça e cinco latas de melado
Escapo à gendarmeria num pé me mando à la cria e venho rir cá do outro lado

(trago azeite, trago graxa e na algibeira da bombacha caramelo pros guris
Venho com as ideias aflitas pra trazer a Mercedita pra um dia morar aqui
Venho com as ideias aflitas pra trazer a Mercedita pra um dia morar aqui)

Todo o costeiro é chibeiro, traz o rio por parceiro na hora de chibiar
Porém fica se parando de quem soluça acenando pelas barrancas de lá
E lá se vai a canoa levando firme na proa um índio a cantarolar
Um dia mudo de pago ou então juro que trago meu bem pro lado de cá

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Larga paisano que eu daqui não caio mais
Domar um potro é como bailar um chamamé
Numa cantiga de mangaço e sapucai
Qual de nós dois é o mais xucro já se vê

Se até a vida eu já domei numa volteada
Só não consigo é domar meu coração
Qualquer ventena não me tira dos arreios
Larga paisano que este não me põe no chão

(se calço espora me sinto, maior que um rei
Dono do mundo no lombo deste bagual
Enforquilhado eu mostro, tudo o que sei
Sou da fronteira por favor não leve a mal)

Quem estudou na escola grande da campanha
O xucro ofício desta lida campesina
Gosta do lombo de um potro porque sabe
Que o mundo fica mais bonito aqui de cima

Enquanto o maula corcoveia campo afora
Me sinto um taura porque deus me fez assim
E os olhos dela me iluminam nessa hora
Larga paisano que esta doma tá pra mim

Sou da fronteira por favor não leve a mal
Sou da fronteira por favor não leve a mal


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