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Na Invernada do Vento

Milongas da Fronteira (2003)

Jari Terres

Meu mouro troca pisadas/num escarceio de crinas
Atira baba prá cima/ troca orelhas meio inquieto,
Parece que vai por diante/olfateando um pensamento
Ou então ele e o vento/conversam o mesmo dialeto.

Nem bem eu tinha cruzado/a poretira da invernada
A gadaria espalhada/entre coxilha e varzedo,
Um vento soprou cortando/surgindo assim num repente
Deixando a alma da gente/mesmo emponchada com medo.

Refrão:
É sempre pelos agostos
Que este vento se alvorota
Vem destes lados da grota
Cruzando junto à tapera
De bom só traz o aroma
Das flores das laranjeiras
E o assovio das taquareiras
Que de longe reverbera
É barbicacho nos queixos
Prá sustentar o chapéu
Quando resolve em escarcéu
Topar meu poncho cinzento
É grito prá gadaria
Esporas juntando o mouro
E latidos de cachorro
Contra os desmandos do vento.

Sempre é por esta invernada/que o vento se aquerencia
Banha cedo um lindo dia/quando ajeitava a encilha
É só apeiar na porteira/onde a invernada começa
Que este vento logo empeça/a galopear da coxilha.

Não sei se sopra por gosto/ou se sopra por maleva
Se não for taura não leva/o gado pro paradouro
Porque este vento tem ganas/de esparramar os terneiros
Ainda bem que sou campeiro/ tenho a cuscada e meu mouro!!

Refrão.............................................


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