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Estradeiro

Wilson Paim (1994)

Wilson Paim

Joguei os trastes num pingo estradeiro
Mirei estradas do meu chão menino
Carreguei meu flete de sonhos criança
Para cavalgar meu próprio destino
Segui as veredas da aurora da vida
Persegui os raios de sol de verdade
Atirei meu laço contentos de anseios
Pra ver se pealava a felicidade

Plantei esperanças ao longo dos caminhos
Tropeando a certeza do amor correspondido
Temperei a tarde com crenças e descrenças
Parando rodeios no dever cumprido
Percorri distâncias com muitas paragens
Alcançando luzes e desilusões
Cheguei ao final de muitos corredores
Repontando tropas de realizações

Aves se aninhando no colo das matas
Um rito anunciando funerais do dia
A noite brindava seus raios de lua
Preludiando aromas de uma brisa fria
Meu mundo é hoje um quarto de minguante
Sem a luz cadente de uma estrela guia
Só restou estradas, feitos e desfeitos
Para arrebanhar a tropa dos meus dias


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