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Abre a Sanfona

Entre a Cruz e o Amor (1971)

Teixeirinha

Abre esta sanfona meri terezinha

Abre a sanfona meri terezinha
Vou contar tudo que me aconteceu
Naquela festa de um amigo meu
Lá na cidade dos canaviais
Primeiramente uma dupla famosa
Cantando prosa não tinham rivais
Já apelei pro verso rimado
Ficaram de lado não cantaram mais

Ai, ai,ai,ai dupla que eu quebro
Não é a primeira e lobisomem
É só em sexta-feira e neste
Bicho eu não creio jamais

A meia noite chegou um trovador
Indio pachola do nariz torcido
Me fez um verso feio e atrevido
Já respondi no meio do salão
Eu já ouvi uma salva de palmas
Perdi a calma mas com educação
Fiz o caboclo tastavilhar na rima
O povo por cima deu a confusão

Ai, ai, ai, ai tiraram ele a toque de caixa
Pulou janela perdeu a bombacha
E eu guardei ela por recordação

Moças bonitas que tinham na festa
Fizeram o cerco e eu fiquei na roda
Disseram moço nos cante outra moda
Falou meu pinho já bem afinado
Cantei pra elas no estilo gaúcho
Verso de luxo bem apaixonado
Ao terminar uma falou assim
Responda pra mim se é solteiro ou casado

Ai, ai, ai,ai moça bonita eu já me casei
E se eu não fosse cumpridor da lei
Nós já falava com seu delegado

De madrugada um cobra valentão
Botando banca de conquistador
Chamou a meri de uma linda flor
Pra perto dela ele deu um passo
Pra perto dele um passo também dei
Só não falei porque perdi o compasso
Toquei-lhe a perna rolouno salão
Do meu violão só restou o braço

Ai, ai, ai, ai fecha a sanfona
Gaúcha morena
A noite toda seria pequena
Pra cantar todas
As proezas que eu faço


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