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Ginete

25 Anos (1986)

Os Mirins

Nas patas do meu cavalo devoro léguas de chão
Vou gineteando solito este viver redomão
Não trago amarras comigo, bem pouco tenho de meu
Pingos e avios de campeiro, a sina que deus me deu

E vez por outra se ajeita, de corcovear num surungo
Lasqueadito de bolcheiro não me paro de matungo
No repinico da viola, chuleando a porta dos fundos
Lavo a baia no jardeio e não dou bola pra resmungo

Sem pouso certo ou querência, me chamam de rumbiador
Moro onde moram as lidas, manhas de peão domador
Se me castiga o pampeiro, do recavém das missões
Bem digo poncho parceiro, quando me faltam fogões

E vez por outra se ajeita, de corcovear num surungo
Lasqueadito de bolcheiro não me paro de matungo
No repinico da viola, chuleando a porta dos fundos
Lavo a baia no jardeio e não dou bola pra resmungo

E quando antigas saudades amargam meu chimarrão
Ele escova-lhe a guitarra, disfarçando a solidão
Assim debocho do tempo, paleteando o horizonte
Foi engano de quem disse que já me viu em reponte

E vez por outra se ajeita, de corcovear num surungo
Lasqueadito de bolcheiro não me paro de matungo
No repinico da viola, chuleando a porta dos fundos
Lavo a baia no jardeio e não dou bola pra resmungo


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