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Amor de Contrabando

Chimarrão da Hospitalidade (1971)

Teixeirinha

Eu era um moço solteiro na vida
Sem uma querida pra me dar carinho
Corria carreira e jogava baralho
Cruzava em atalho encurtava caminho
No lombo do pingo balançando espora
Venho pago afora cortando coxilha
No cabo de adaga sempre fui ligeiro
Cortava o parceiro do queixo a virilha.

Declamado: não brigava com ninguém nem puxava briga,
Mas se me atacava a peleia estava pronta companheiro, era pra já.

Nas delegacias corria meu nome
Me prendam este homem os covardes pediam
De mim os valentes nunca davam parte
Porque desta arte também entendia
Mas eu dava esmola aos pobres da estrada
Não fazia nada sem ser atacado
Amava criança chegava em casebre
Benzia pra febre e deixava curado.

Declamado: esse gaúcho era bom que nem são jorge,
Só que são jorge não casou.

No rio que divide brasil e uruguai
Um valente cai no pealo do amor
Cá da minha pátria e lá na outra praia
Vi uma uruguaia perfumada flor
Me joguei no rio e atravessei a nado
Para o outro lado que proeza eu fiz
Mi brasileirito a moça pronunciou
Contigo me vou para o teu país.

Declamado: e não teve dúvidas levei mesmo!

Pulou na garupa com a mão acenando
E disse chorando adeus pátria querida
Abraçada em mim amor não tem fronteiras
E a linda estrangeira mudou minha vida
Em arroio grande com ela eu casei
De pelear deixei agora eu vivo amando
Construí meu rancho na beira de um cerro
Meu último erro é esse contrabando


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