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Louco Mundeiro

Fundamento (1983)

Cesar Passarinho

Nos olhos profundos a sina estampada
O lombo sovado por léguas de chão
O nome e o rastro dispersos na estrada
E o rumo quem sabe perdeu com a razão

Chegou orelhano assim como os bichos
Largado sem dono, sem marca ou sinal
Quedou-se um joguete de bulha em bolichos
Depois mandalete e changueiro afinal

As vezes cantava em rondas andejas
Trilhando caminhos que levam a nada
E ouviam-se ao longe os versos confusos do seu desatino
Na voz debochada

Quando pealo me troca de ponta
Vou levar minha vida para outra
Um violão de choro mansinho
E uma gaita chorona muy loca
Pra sesteada carrego os meus olhos
Pro puchero carrego a minha boca

Guardei na memória essas rimas quebradas
Do louco mundeiro que nunca mais vi
Talvez ele tenha trocado de ponta
Quem sabe ainda viva a penar por aí


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